Por Stephen Engle, Ben Sharples e Ranjeetha Pakiam.
As commodities vão contar, nos próximos meses, com o apoio de uma recuperação global que abrange os EUA, a Europa e a China e que está sustentando a demanda mundial por matérias-primas, de acordo com o Goldman Sachs Group.
“Vemos uma alta cíclica na atividade econômica mundial, e isso está impulsionando a demanda, não apenas por petróleo, mas por todas as commodities”, disse Jeffrey Currie, diretor de pesquisa sobre commodities, em Hong Kong nesta terça-feira. “Este é o principal motivo que nos levou a atualizar nossa perspectiva sobre commodities para overweight”, disse ele, referindo-se à decisão tomada pelo banco em novembro.
As commodities se recuperaram em 2016 com o primeiro ganho anual em seis anos porque estímulos na China estabilizaram o crescimento e produtores de petróleo liderados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) voltaram atrás e decidiram limitar a oferta. Currie — que deu entrevista à Bloomberg TV e a um jornalista — disse que o impacto do estímulo da China provavelmente vai perdurar no primeiro semestre de 2017. Ele acrescentou que as políticas do novo presidente dos EUA, Donald Trump, poderiam fortalecer as pressões inflacionárias, o que ajudaria as matérias-primas.
“Os EUA e a China são pontos focais onde estamos vendo uma alta, mas até mesmo a perspectiva para a Europa está muito mais positiva do que as pessoas poderiam ter imaginado há seis meses ou há um ano”, disse ele. “Não se trata do que está acontecendo no lado da oferta, mas sim do que está acontecendo no lado da demanda.”
O Bloomberg Commodity Index avançou 11 por cento no ano passado, e os ganhos registrados pelo zinco e pelo petróleo Brent ficaram entre os maiores. O minério de ferro deu um salto de mais de 80 por cento em 2016 porque o estímulo na China ajudou a sustentar a produção de aço no país, o maior produtor do mundo. O índice de commodities da Bloomberg avançava 0,5 por cento às 11h49 em Londres e registra alta de 1,7 por cento neste ano.
O Goldman não é o único com uma perspectiva positiva. O Citigroup afirmou em maio do ano passado que o pior já havia passado para as commodities e, em dezembro, projetou que a maioria das matérias-primas terá um desempenho forte em 2017 à medida que o crescimento econômico global se recuperar e os mercados se reequilibrarem.
O estímulo na China “foi substancial e isso tem uma consequência, leva tempo”, disse Currie na entrevista à Bloomberg TV. “Tivemos muito estímulo de crédito no ano passado, e é provável que essa seja uma característica do mercado em termos de crescimento da demanda por infraestrutura no primeiro semestre deste ano.”
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