Por Natalia Kniazhevich e Brian Eckhouse.
Gigantes de tecnologia dos Estados Unidos como o Google lideram as compras de energia limpa, que aumentaram cerca de 40% em 2019. No longo prazo, a pressão de gestoras de ativos liderada pela BlackRock pode aumentar esse volume ainda mais.
Empresas e instituições públicas compraram globalmente um recorde de 19,5 gigawatts de energia limpa por meio de contratos de fornecimento de energia de longo prazo em 2019, superando de longe o recorde de 2018, segundo relatório divulgado na terça-feira pela BloombergNEF. O Google liderou a lista com contratos de mais de 2,7 gigawatts, quase igualando a potência de três reatores nucleares.
Em carta a CEOs este mês, o diretor-presidente da BlackRock, Larry Fink, disse que sua empresa, com U$ 7,4 trilhões em ativos sob gestão, vai priorizar as mudanças climáticas como um “fator definidor das perspectivas de longo prazo das empresas” e que uma emergência climática global pode transformar os negócios mais cedo do que o esperado.
“Quando investidores como a BlackRock assumem compromissos, todos os que estão abaixo não têm escolha a não ser seguir”, disse Kyle Harrison, principal autor do relatório, em entrevista. Ao mesmo tempo, Harrison afirma que um grande número de companhias agora é “pressionada por investidores, funcionários e empresas da cadeia de suprimentos”.
Embora empresas de tecnologia dominem as compras de energia limpa, um número crescente de empresas de petróleo e gás está assinando acordos, como Occidental Petroleum, Chevron e Energy Transfer Partners.
Os EUA não foram o único mercado de expansão para contratos de fornecimento de energia em 2019. Europa, Oriente Médio e África tiveram anos recordes em 2019, segundo o relatório da BloombergNEF. Na América Latina, onde o crescimento triplicou, Brasil e Chile emergiram como os principais mercados.
“As empresas compraram mais de 50 GW de energia limpa desde 2008”, disse Jonas Rooze, analista-chefe de sustentabilidade da BNEF, em comunicado. É um volume superior aos parques de “geração de energia de mercados como Vietnã e Polônia”.