Por Kyle Stock.
Para a GoPro, não havia para onde ir, a não ser para cima — literalmente. Seu primeiro drone, chamado Karma, chegou ao mercado na semana passada, uma aposta estratégica que visa levar a empresa em dificuldades além do mercado cada vez mais saturado de câmeras cúbicas em caixas plásticas.
Apesar do esforço apático para ser do ramo de mídia, a GoPro ainda é uma empresa de hardware. Seus altos e baixos dependem totalmente de a empresa ter ou não um novo produto interessante. A tentativa do ano passado, a Hero4 Session, foi um equívoco, e as vendas e o preço das ações da GoPro afundaram desde então. A companhia informou na noite de quinta-feira que as vendas caíram 40 por cento no trimestre que terminou em 30 de setembro, para US$ 241 milhões. As ações caíram 7 por cento ontem na véspera do anúncio e mais 20 por cento nas negociações após o fechamento do mercado.
O CEO Nicholas Woodman prometeu que — no quarto trimestre — o drone e uma nova versão da câmera característica da GoPro levarão a empresa de equipamentos de volta à rentabilidade e gerarão seu segundo melhor resultado de vendas da história. “Estes são os melhores produtos que já produzimos”, disse Woodman a analistas.
Contudo, o novo drone Karma da GoPro, embora engenhoso e excitante, deixa algo a desejar. Ele não pode ser programado para seguir alguém, não tem sistema para evitar obstáculos e não pode ser controlado por meio de smartphone. Seriam apenas detalhes não fosse pelo DJI Mavic Pro, um drone rival lançado alguns dias depois do Karma. O Mavic, da empresa que domina o setor de drones, possui todos os recursos que o Karma não tem — além de ser menor e mais leve e voar mais alto e mais longe.
Outra questão do Karma é a lente olho de peixe característica da GoPro. O formato grande angular é excelente para filmar fixo sem se preocupar em manter o sujeito precisamente enquadrado. Uma pessoa que filma sobre um par de esquis, por exemplo, vai achá-la ótima, e o mais importante de tudo é que funciona bem com cachorros.
Mas do alto, as mais de 20 milhões de câmeras GoPro vendidas até o momento tendem a fazer o mundo parecer um pouco curvo. A distorção se encaixa bem ao paraquedismo, mas é um problema para alguém que busca registrar uma grande propriedade ou um casamento elegante de forma realista.
Mas a GoPro pode não precisar ter o melhor drone do mercado. O motivo é que a empresa venderá seu pequeno equipamento voador sob condições favoráveis. O mercado de drones deverá explodir nos próximos anos quando um grande leque de trabalho, da aplicação de inseticidas em plantações até entregas, utilizar a tecnologia.
O grande argumento de venda do Karma é o fato de ele ser um pouco mais barato que o Mavic. O drone sozinho custa US$ 799 e com US$ 999 compra-se a máquina, mais uma câmera Hero5. “Esta parece ser uma ferramenta bastante refinada, voltada a amadores que estão cruzando o limite inferior da produção profissional”, disse o fundador da Level 1, Josh Berman, o guru dos filmes de esqui.
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