Por Joe Deaux e Megan Durisin.
As commodities voltaram ao topo em 2016, mostrando o primeiro avanço anual desde 2010. E os ganhos devem continuar neste ano em muitos mercados, pelo menos é o que sinalizam hedge funds.
Gestores de fundos aumentaram a posição líquida comprada combinada, ou a aposta na alta dos preços, para 18 commodities em 9,7 por cento em dezembro, segundo dados do governo dos EUA. Há um ano, os fundos tinham posições vendidas, ou seja, esperavam queda das cotações. Há duas semanas, os investidores aumentaram as apostas em algodão, boi gordo, petróleo e farelo de soja, mas sinalizaram pessimismo em relação ao desempenho do milho, cacau e trigo.
Depois de cinco anos seguidos de perdas, as matérias-primas mostraram recuperação com a redução dos excedentes de metais e energia. Um número cada vez maior de especialistas acredita que a retomada deve continuar. O Citigroup, banco que saiu na frente em 2012 quando os analistas previram o fim do superciclo de demanda e preços em alta, agora prevê que a maioria das commodities terá um forte desempenho em 2017 com a aceleração do crescimento econômico. Em novembro, o Goldman Sachs recomendou posição acima da média do mercado para esses ativos pela primeira vez em mais de quatro anos.
As commodities se tornaram “uma classe de ativos muito atraente”, disse Quincy Krosby, estrategista de mercado da Prudential Financial, que administra cerca de US$ 1,3 trilhão em ativos. “Você começa a ver estímulo aos gastos na China, além de uma política monetária destinada a impulsionar a demanda e o crescimento. E também começa a ver a recuperação da atividade econômica nos EUA, sugerindo que os preços das commodities chegaram ao piso e estão subindo.”
Posição líquida
A posição líquida comprada para 18 commodities negociadas no mercado americano encolheu 3,9 por cento, para 1,08 milhão de contratos futuros e opções na semana encerrada em 27 de dezembro, de acordo com dados da Comissão de Negócios Futuros de Commodities dos EUA publicados três dias antes. Há um ano, a posição líquida vendida dos fundos totalizava 21.081 contratos.
O Bloomberg Commodity Index, que monitora o retorno de 22 componentes, subiu 11 por cento em 2016, iniciando um ciclo de alta em junho. O zinco liderou os ganhos no ano passado, com alta de 60 por cento em meio ao corte de oferta e menor produção nas minas. Na outra ponta, o trigo mostrou as maiores perdas como reflexo dos crescentes estoques globais.
Entre as commodities agrícolas, os investidores têm posições mistas em termos de retorno.
Os fundos elevaram a posição líquida comprada para o boi gordo em 6,1 por cento, para 92.516 contratos, o maior volume desde junho 2015. As posições também aumentaram para os contratos de suínos. Apesar de cair para níveis recordes em 2016, as commodities mostraram um forte desempenho no quarto trimestre, puxadas pelo aquecimento da demanda.
Por outro lado, os fundos projetam que o trigo continuará em baixa. Os investidores têm mantido posição líquida vendida há 17 meses. É o período mais longo desde 2006, de acordo com os dados compilados pelo governo americano. Os contratos futuros mostraram a quarta baixa anual em 2016, o maior período de perdas desde 1999. Anos de safras abundantes lotaram os armazéns de grãos, e os estoques globais, que já estão em nível recorde de alta, devem continuar aumentando, de acordo com estimativas do governo dos EUA.
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