Por Blake Schmidt.
Quem quiser pode criticar. Gil Dezer está pronto para tirar proveito da vitória de Donald Trump.
O construtor pediu que designers criem um novo quarto “de cinema” no Trump International Beach Resort, um hotel que fica em Sunny Isles Beach, uma pequena cidade em um recife de corais a 30 quilômetros do centro de Miami.
Dezer, que junto com o pai ajudou a construir seis imóveis no Sul da Flórida em parceria com a Trump Organization, não quis dar detalhes e disse apenas que planeja uma “suíte presidencial Trump de arrebentar” que aproveite o poder de marketing do próximo ocupante da Casa Branca.
“É bom poder dizer que meu sócio é o presidente eleito”, disse Dezer, desprezando a Macy’s e outras empresas que se livraram de produtos com a marca Trump depois que o então candidato fez comentários incendiários sobre imigrantes mexicanos serem estupradores. “Esse pessoal deve estar se remoendo de arrependimento agora.”
Talvez, mas outros continuam nisso. Inquilinos envergonhados do complexo Trump Place em Manhattan solicitaram com sucesso que os edifícios sejam renomeados com o endereço da rua. Nas redes sociais, pessoas estão usando a hashtag #GrabYourWallet (agarre sua carteira) para fazer circular listas de empresas que apoiaram Trump ou que têm vínculos com a companhia dele e para defender boicotes; a hashtag é um jogo de palavras com o que ele disse sobre agarrar mulheres pela genitália em um áudio que veio à tona em outubro.
‘Reação automática’
Os defensores de Trump estão distribuindo seus próprios guias, em cujo alvo estão a Macy’s, a PepsiCo e os biscoitos Oreo — a Pepsi porque a presidente Indra Nooyi disse que o discurso da campanha de Trump constrangeu alguns americanos e que ela estava indignada pelo modo em que ele falou sobre as mulheres, e os biscoitos Oreo porque sua empresa controladora transferiu uma linha de produção de Chicago para o México. O presidente da Macy’s, Terry Lundgren, disse depois da eleição que manteria a decisão, tomada no ano passado, de deixar de comercializar a linha de roupas Trump.
Claro que quem está disposto a gastar milhares de dólares por noite em um quarto de hotel na cobertura pode não se importar com o nome estampado no cartão de entrada. Esse tipo de hóspede é “um mercado diferente”, disse Daniel A. Smith, professor de ciência política da Universidade da Flórida em Miami. Entre alguns grupos, no entanto, “a marca Trump possivelmente esteja mais forte que nunca”.
Dezer, cuja fortuna familiar está calculada pelo índice Bloomberg Billionaires em US$ 1,2 bilhão, apresentará sua nova suíte a eles, com prazer. Quem se distanciou de Trump “teve uma reação automática quando poderia estar tendo um modelo de negócios alinhado com o presidente”.
Trump International faz parte de um conjunto de três edifícios em Sunny Isles Beach, incluindo o Trump Palace, onde Dezer mora. Ele e o pai, Michael Dezer, incorporaram o hotel e pagam pelo direito de usar o nome.
E com a oportunidade virá um possível custo. “Projeto que haverá um aumento de preço”, disse Dezer, calculando que o valor de “Trump” ligado a qualquer item vendável vai disparar e que a empresa do presidente eleito cobrará em conformidade. Ele não reclama. “Nós amamos essa marca e agora ela vale muito mais.”
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