Os departamentos de tesouraria devem prestar contas a diferentes partes de uma organização e, ao mesmo tempo, enfrentar desafios de financiamento, gestão de fluxo de caixa e mitigação de riscos.
A tecnologia pode ajudar a reduzir essa complexidade ao aperfeiçoar as comunicações e, em última análise, ao automatizar diversos processos, de acordo com um recente webinar conduzido por Shan Anwar, líder de Tesouraria Corporativa da Bloomberg, e Alison Fletcher, especialista em mercado de câmbio corporativo da Bloomberg. Essa mudança libera as áreas de tesouraria para que possam se concentrar em sua verdadeira missão, que é otimizar o caixa da organização.
Comunicação com diversos públicos
Há seis principais partes envolvidas às quais a tesouraria precisa coletar, transmitir e gerir informações para compreender a exposição da empresa e saber como mitigá-la:
- As linhas de negócios de uma empresa que, de um ponto de vista comercial, conduzem o negócio e criam as exposições a riscos.
- A equipe de gestão executiva, o que inclui o conjunto de diretores e o conselho de administração, que devem saber quais riscos estão presentes quando a tesouraria conduz sua operação de forma ideal.
- Conformidade e auditoria. Os departamentos de tesouraria devem se certificar de que suas práticas sejam condizentes com os regulamentos e diretrizes de supervisão.
- Bancos transacionais de gestão de caixa e contrapartes bancárias.
- Os departamentos de tesouraria lidam com investidores por conta do financiamento de caixa.
- Agências de classificação de risco de crédito. No fim das contas, são as agências de classificação que determinam qual será o custo do financiamento.
Melhoria da comunicação
Os departamentos de tesouraria são responsáveis por administrar exposições, mas para que possam cumprir bem esse papel, eles precisam conhecer esses riscos. Quando ocorre alguma atividade, a gestão sênior deve ser comunicada para supervisionar e estabelecer limites. As áreas financeira e de contabilidade precisam ser informadas sobre essas transações para que possam contabilizar as transações. Se todas as comunicações forem feitas manualmente, haverá maior probabilidade de erro. A tecnologia pode ajudar a reduzir as chances de perda de alguma informação importante.
O primeiro passo para que os departamentos de tesouraria compreendam as exposições subjacentes é coletar todos os dados e analisar os riscos envolvidos.
Considere uma simples previsão de fluxo de caixa, por exemplo. Ela costuma envolver diversas exposições difíceis de administrar manualmente:
- Risco de vendas. O negócio cumprirá sua previsão de vendas?
- Risco de câmbio. O negócio está sujeito a moedas que criam exposição?
- Risco de balanço patrimonial. A depreciação de ativos afeta o balanço patrimonial?
- Risco de commodities. O negócio está exposto a movimentos de preços de commodities capazes de prejudicá-lo?
Uma mudança rumo à automação
A tecnologia pode ser empregada para monitorar todas essas exposições a partir de um só lugar. Além disso, ela é capaz de permitir que operações como contas a pagar e recebíveis alimentem automaticamente o modelo de gestão de exposição.
Depois que os departamentos de tesouraria forem capazes de identificar suas exposições subjacentes, eles poderá buscar formas de mitigar os riscos. Os departamentos de tesouraria precisam saber o quanto estão cobertos e o que está em aberto para poder garantir que o processo de hedging seja eficiente. Considere, por exemplo, o hedging de fluxo de caixa. O uso de tecnologia permite que os departamentos de tesouraria monitorem o fluxo de caixa de maneira oportuna e, dessa forma, ajam rapidamente em caso de hedging insuficiente ou excessivo.
A automação pode ajudar uma empresa a reduzir o risco operacional, eliminar o tempo e os recursos exigidos por processos manuais e, em última instância, tornar-se mais estratégica com seu caixa, o que deve ser o grande foco dos departamentos de tesouraria.