Por Marvin G. Perez.
Os preços do paládio estão quebrando recordes e os investidores apostam que, devido à oferta limitada, este é apenas o começo da sequência de alta.
O metal, usado em aparelhos de controle de poluição, subiu mais de 9 por cento em Nova York neste ano, melhor desempenho entre os principais metais. A demanda está em disparada graças à China, que tem a missão de reduzir a poluição. Devido aos padrões mais rígidos para a poluição, as fabricantes de automóveis estão usando mais conversores catalíticos.
A produção global não está fazendo frente à forte demanda e analistas de mercado como o Citigroup projetam novos aumentos de preço futuramente. Os fundos de hedge também estão apostando em uma alta prolongada, mantendo o maior nível de aposta positiva no metal desde o começo de março.
“O mercado tem uma perspectiva fundamental muito positiva”, disse Maxwell Gold, diretor de estratégia de investimentos da Aberdeen Standard Investments, que supervisiona US$ 730 bilhões. “Lidamos com déficits de oferta há oito anos e isso deve continuar. A oferta certamente tem sido um problema no front da mineração, assim como a redução dos estoques existentes.”
O paládio é um mercado de pouca negociação. Assim como o metal irmão platina, sua produção é extremamente concentrada, já que a Rússia e a África do Sul produzem, combinadas, cerca de três quartos da oferta mundial.
Demanda automotiva
Quase 70 por cento da demanda pelo paládio vem da indústria automotiva, segundo a empresa de pesquisa CPM Group. As vendas de automóveis têm se mantido relativamente fortes na maioria dos lugares, o que ajuda a isolar os preços do nervosismo em relação ao crescimento global que derrubou muitas commodities industriais.
As ofertas são tão restritas que os usuários têm recorrido a produtos negociados em bolsa para pedir emprestado o material de que precisam. Isso derrubou os ativos de paládio em ETFs ao menor nível desde 2009 em um momento em que as fabricantes buscam oferta acima do solo, disse Gold.
Os fundos de hedge estão ampliando suas perspectivas otimistas. No período de uma semana que terminou em 13 de novembro, os gestores de recursos ampliaram a posição comprada líquida, que é a diferença entre as apostas no aumento e na queda do preço, pela segunda semana consecutiva, para 12.837 futuros e opções, segundo dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês) publicados na sexta-feira. É o maior patamar desde 6 de março.
Os futuros do paládio subiram 5,2 por cento em Nova York na semana passada. O preço — que chegou a US$ 1.168,30 a onça no pregão de sexta-feira, o maior patamar até o momento — estava em US$ 1.161,90 na segunda-feira.
Uma ameaça à demanda é a substituição. Historicamente, o paládio tem sido em geral mais barato do que a platina e, portanto, é usado como uma alternativa popular, já que os dois metais compartilham muitas propriedades químicas. Mas a alta recente reverteu a relação de preço e agora o paládio sofre a ameaça de ser substituído pela platina.
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