Por Joe Ryan.
A maior usina de energia térmica solar do mundo finalmente está produzindo eletricidade suficiente.
A Ivanpah Solar Electric Generating System, no sul da Califórnia, EUA, inicialmente foi incapaz de cumprir as obrigações contratuais, e um acordo de tolerância de um ano com a Pacific Gas & Electric expirou na quarta-feira. Após realizar ajustes no complexo que utiliza 170.000 espelhos, a produção está em alta e já não corre o risco de descumprir o acordo, segundo David Knox, porta-voz da operadora e coproprietária NRG Energy.
“Atualmente estamos cumprindo o contrato”, disse Knox em entrevista. “A geração melhorou drasticamente.”
O porta-voz da PG&E, Denny Boyles, preferiu não confirmar se a planta cumpria suas obrigações, dizendo que a maior empresa de energia da Califórnia está analisando o desempenho da Ivanpah. O contrato com as proprietárias — NRG, BrightSource Energy e Google, da Alphabet — continua em vigor, e a empresa está trabalhando com a NRG nos próximos passos do projeto, disse Boyles.
“Não vai demorar para sabermos quais serão esses próximos passos”, disse Boyles em entrevista.
A usina de 377 megawatts, a cerca de 80 quilômetros a sudoeste de Las Vegas, no deserto de Mojave, recebeu uma garantia de empréstimo de US$ 1,6 bilhão do Departamento de Energia dos EUA e começou a operar em fevereiro de 2014.
Gás natural
O plano da NRG desde o início era aumentar gradualmente a produção ao longo de quatro anos, disse Knox. Em vez de converter luz solar diretamente em eletricidade com painéis fotovoltaicos, o sistema utiliza os espelhos para focalizar a luz solar em caldeiras instaladas sobre três torres de 137 metros de altura. Essas caldeiras, que são ativadas antes do nascer do sol a cada manhã com gás natural, produzem vapor, que move um gerador elétrico.
Contudo, demorou mais do que o esperado para a NRG levar a água para a temperatura exata a cada manhã e posicionar todos os espelhos de forma a otimizar a energia do sol.
“Foi preciso muita coreografia para colocar tudo no lugar”, disse Knox.
A planta teve problemas mecânicos em 2014 que a fizeram ficar abaixo das metas de produção para os primeiros 24 meses em operação. A Califórnia aprovou um acordo em março de 2016 para dar à NRG e suas parceiras seis meses para evitar o calote em troca de uma compensação à PG&E pelas falhas passadas. Pouco depois, a NRG informou que a usina tinha mais do que dobrado sua produção e estava a caminho de cumprir suas metas, e a tolerância foi posteriormente estendida para um ano completo.
A produção de uma das caldeiras melhorou 80 por cento desde a abertura da planta, em 2014, e é 70 por cento superior à de uma outra, disse Knox.
“A tolerância terminou”, disse Knox. “Nós cumprimos todas as exigências.”
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