Por Brianna Jackson
O mercado global de energia solar poderia conseguir algo inédito neste ano: encolher.
As instalações solares em 2018 podem totalizar 95 gigawatts, queda de 3 por cento em relação ao ano passado, segundo o mais conservador dos três cenários modelados pela Bloomberg NEF em relatório divulgado nesta segunda-feira. Para efeito de comparação, um reator nuclear comum tem cerca de um gigawatt de capacidade.
O possível declínio é uma prova da influência que a demanda solar da China ainda tem no mercado global. O país decidiu em junho frear novas instalações neste ano. Isso pode criar um excedente global de painéis e derrubar os preços para 24,4 centavos de dólar por watt até o fim do ano. O barateamento dos painéis, no entanto, pode gerar mais demanda, razão pela qual a BNEF projeta que o mercado se recuperará no ano que vem.
“Apesar dos ventos contrários em termos de políticas na China, o mercado de energia solar global parece caminhar para mais um ano de crescimento, embora bastante leve”, disse Pietro Radoia, analista da BNEF. “Nossa nova projeção nos diz que a relevância da China no cenário global diminuirá e que, até 2020, o país responderá por apenas um quarto da demanda global total, menos da metade da demanda de 2017.”
Apesar de os modelos mais conservadores da BNEF apontarem para um possível declínio nas instalações neste ano, uma projeção de caso-base mostra que as instalações podem permanecer basicamente estáveis. E a projeção mais otimista mostra um aumento para 104,3 gigawatts.
Um motivo para otimismo no setor de energia solar é o Japão, onde o governo continua concedendo contratos de oferta padrão (feed-in) para projetos de menos de 2 megawatts. Mas pode levar algum tempo para que os desenvolvedores assegurem locais e aprovações para se conectar à rede. Isso significa que o aumento da capacidade pode não ser sentido até o fim de 2020, segundo a BNEF.
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