Por Fabiana Batista.
A Nestlé, maior compradora de café verde do mundo, prevê uma oferta ampla no Brasil em 2018 em um momento em que a safra se recupera dos efeitos de dois anos de seca.
A produção da variedade robusta, utilizada no café instantâneo, aumentará até 30 por cento no ano que vem em relação a 2017 porque as chuvas mais regulares melhoraram as condições dos cafeeiros, disse Pedro Malta, gerente agrícola da Nestlé Brasil, em entrevista, por telefone. A gigante suíça do ramo de alimentos fabrica a icônica marca de café instantâneo Nescafé.
A visão otimista da Nestlé também se estende à produção de arábica do País, mesmo após a seca recente na maior parte das regiões produtoras, disse Malta. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo.
A safra será abundante a menos que ocorram surpresas climáticas, disse Malta. A Nestlé tem duas unidades produtoras de café no Brasil.
A perspectiva para a oferta provavelmente será um alívio bem-vindo para os compradores de café, que nos últimos anos enfrentaram uma oferta restrita do Brasil, especialmente da variedade robusta. Os preços domésticos haviam subido em meio à seca que prejudicou os cafezais, provocando um debate nacional sobre a importação de grãos verdes. Os custos do arábica também aumentaram porque as empresas de torrefação começaram a usar essa variedade para compensar a safra menor do robusta.
A recuperação da produção ajudou a baixar os preços no Brasil. Os custos domésticos do robusta caíram cerca de 28 por cento em relação ao pico do ano passado, alcançado em novembro. O arábica negociado no País caiu cerca de 8 por cento em relação ao ano anterior.
“A oferta no país já está bem próxima do normal”, disse Malta.
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