Por Serene Cheong.
Apenas US$ 100 o barril: esse é o preço pedido por um tipo de petróleo que se valorizou graças à competição por combustíveis mais limpos.
Nesta semana, a australiana Santos tenta vender uma carga com carregamento em março do tipo Pirineus, um petróleo denso e com baixo teor de enxofre, com prêmio de US$ 32 o barril ou mais acima do Brent datado, segundo operadores que participam da licitação. Embora ainda não tenha sido vendido nesse nível, seria equivalente a cerca de US$ 100 o barril, uma vez que a referência física global é atualmente negociada a cerca de US$ 65 por barril.
A demanda pelo chamado óleo pesado-doce como o Pirineus aumentou nos últimos meses devido a padrões globais mais limpos de combustível para navios, conhecidos como IMO 2020, que entraram em vigor em 1º de janeiro. As novas regras aumentaram o valor desse tipo de petróleo, que possui baixo teor de enxofre e também é viscoso, melhor para motores marítimos. O combustível marítimo com baixo teor de enxofre, outro tipo de óleo compatível com a IMO, era cotado em cerca de US$ 640 a tonelada nesta semana em Cingapura, o equivalente a US$ 95 por barril.
A Santos possui participação minoritária no projeto Pirineus, que incorporou por meio da aquisição em 2018 da Quadrant Energy. Um porta-voz da empresa não foi encontrado para comentários fora do horário comercial.
O tipo Pirineus também é particularmente valorizado devido à sua relativa escassez, com produção de cerca de 15 mil barris extraídos por dia de campos na Austrália Ocidental, segundo a BHP, proprietária e operadora majoritária. Uma carga para ser carregada este mês foi vendida em novembro a mais de US$ 17 o barril sobre o Brent datado. Outro petróleo pesado-doce australiano, o Van Gogh, foi vendido a um prêmio de US$ 19 em relação ao Brent datado em dezembro.