Por Lizzette Lara, Especialista de Mercado da Bloomberg.
A recuperação e a estabilidade da América Latina neste ano dependerão da capacidade de sobrevivência aos resultados de diversas eleições e de desdobramentos em temas importantes, como a renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).
Em 2018, mais de 350 milhões de eleitores latino-americanos elegerão seus novos líderes. Brasil, México, Colômbia, Costa Rica, Paraguai e Venezuela vão escolher presidentes e parlamentares. O novo presidente do Chile assume em março e haverá votação para cargos legislativos em El Salvador, Equador e Honduras. Essas trocas da guarda podem aumentar a volatilidade nos mercados da região.
Economistas da Bloomberg Intelligence (BI) e especialistas de mercado da Bloomberg prepararam um resumo sobre o que esperar neste ano.
Economistas da BI têm uma visão positiva da América Latina ao longo de 2018. Eles projetam que o crescimento nas seis maiores economias da região vai se acelerar de uma taxa estimada de 1,6 por cento no ano passado para 2,7 por cento. A recuperação econômica de 2017 foi sustentada por fatores cíclicos e não internos. Os profissionais da BI preveem que a região será beneficiada por forças externas envolvendo três fatores: a) aumento da demanda externa e crescimento positivo nos EUA, Europa e China, que são os principais parceiros comerciais da região; b) preços elevados das commodities, sendo que a expectativa de consenso é que as cotações permaneçam próximas dos níveis atuais; e c) ajustes leves nas condições do mercado financeiro global, que continuarão favoráveis ao crescimento na região.
Quanto ao câmbio, economistas da BI esperam volatilidade elevada no curto prazo, mas que as moedas permaneçam nos mesmos intervalos de negociação observados no ano passado. Isso será resultado de duas forças opostas que dominarão os mercados de câmbio neste ano: os preços das commodities continuarão proporcionando suporte, enquanto a transição para condições monetárias menos generosas nos países desenvolvidos pode induzir a desvalorização das moedas.
Os economistas da BI preveem que, após queda acentuada, a inflação deve parar de cair e ficará contida e alinhada às metas definidas pelos bancos centrais.
Aparentemente, até o momento, o risco geopolítico não preocupa investidores, segundo economistas da BI. Por exemplo, os contratos de CDS de México e Colômbia são negociados perto do nível firmemente baixo dos últimos 10 anos.
Ao longo dos próximos meses de esperada volatilidade e incerteza por causa das eleições, o que executivos e investidores institucionais da América Latina podem fazer para proteger suas empresas e seus clientes?
É essencial compreender o que está em jogo no processo eleitoral. Usuários do Bloomberg podem acompanhar as propostas dos candidatos e suas interações nas redes sociais, além de pesquisas de intenção de voto, no próprio terminal. Nossos assinantes podem criar cenários com base na percepção do mercado de uma vitória no México de um candidato de esquerda, calcular a potencial oscilação do mercado de câmbio com base na volatilidade implícita ou nas estimativas dos economistas de mercado, entender quais empresas correm risco se a renegociação do Nafta for prejudicial, saber em que níveis o mercado de câmbio está fazendo hedge com opções, monitorar o fluxo de fundos negociados em bolsa (ETFs) na América Latina e compreender as correlações entre diferentes ativos. Tudo isso é possível com as ferramentas de análise de risco Bloomberg.
É importante estar por dentro das tendências de mercado para a América Latina e os especialistas de mercado Bloomberg elaboram gráficos que acompanham tendências mundiais por classe de ativo e por país, explicam como monitorar tendências para produtos estruturados e como tirar proveito da volatilidade implícita e de correlações, além de compreender tendências das commodities do ponto de vista dos fundamentos ou de hedge. Os especialistas de mercado Bloomberg ajudam investidores a enxergar melhor os desafios dos mercados e a implementar as melhores práticas.