Por Felipe Marques.
O Banco Santander quer ser um banco mais verde.
De financiamento de projetos de energia renovável a emissão de títulos verdes, o maior banco estrangeiro do Brasil está em busca de expansão em negócios de impacto sócio-ambiental, disse Jean Pierre Dupui, vice-presidente executivo da empresa, em entrevista em São Paulo.
O plano é aumentar em cerca de 20% a assessoria que oferece para financiamento de projetos (project finance, em inglês) de energias renováveis este ano em comparação com 2017, aproximadamente a mesma taxa de crescimento que o Santander registrou nos últimos anos, de acordo com Dupui. O banco também pretende aumentar em pelo menos 50% os empréstimos destinados a iniciativas ambientais, como fontes eficientes de energia e equipamentos para economizar água. Esses empréstimos cresceram 42% no ano passado, para R$ 1,7 bilhão, excluindo os grandes projetos de infraestrutura.
“Para os negócios de energia renovável, atuamos como um balcão único”, disse Dupui, explicando que os serviços do Santander incluem desde assessorar empresas em leilões de energia até financiar as transações resultantes.
Projetos recentes incluem assessoria à Enel SpA, a maior concessionária da Europa, em projetos de energia solar no Brasil.
Dupui também vê uma oportunidade nos títulos verdes (green bonds, em inglês), que apoiam a energia limpa e outras iniciativas sustentáveis. O Santander tem um pipeline de US$ 1 bilhão de empresas brasileiras que querem emitir esse tipo de dívida quando as condições do mercado melhorarem. Cerca de R$ 3,67 bilhões de títulos verdes foram emitidos de 2015, quando o primeiro título desse tipo foi emitido por empresa brasileira, até setembro do ano passado, segundo os dados mais recentes da Climate Bonds Initiative.
Iniciativa global
O Santander aderiu em junho a uma iniciativa global de 41 bancos que adotam ações voluntárias para enfrentar a mudança climática em seus negócios — a “Climate Action in Financial Institutions Initiative”, um movimento que Dupui disse que pode ajudar o banco a atrair linhas de crédito de bancos multilaterais para projetos sustentáveis no Brasil.
A iniciativa tenta aumentar a conscientização sobre o impacto da mudança climática nos negócios bancários e permitir que as empresas compartilhem as melhores práticas, disse Benoît Leguet, diretor-gerente do I4CE – Institute for Climate Economics, responsável pelo secretariado da iniciativa.
O banco tem uma meta global de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 9% entre 2016 e 2018, meta que a unidade brasileira já alcançou, segundo Karine Bueno, superintendente executiva de desenvolvimento sustentável do Santander.
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