Por Yuji Nakamura e Takashi Amano.
A Nintendo pode ter conseguido um sucesso com o lançamento bombástico do Pokémon Go neste ano. Mas em seu próprio território, a Sony desbancou discretamente sua rival com um jogo móvel popular chamado Fate/Grand Order.
Nesse jogo, baseado em um seriado de animê chamado Fate, os jogadores viajam ao passado e se juntam a personagens históricos como Júlio Cesar, Leonardo da Vinci e Joana d’Arc para salvar a humanidade de um desastre iminente. A versão básica é gratuita, mas as pessoas podem comprar fichas para adicionar personagens mais facilmente e acelerar a experiência de jogo.
Fate/Grand Order ficou no topo ou perto do topo dos rankings de receita de aplicativos do Japão o ano inteiro e foi baixado mais de 7 milhões de vezes desde o lançamento em julho de 2015. O jogo gerou mais receita do que o Pokémon Go entre os usuários Android em 104 de 133 dias neste ano e em 51 dias nos aparelhos iOS no mesmo período, de acordo com a empresa de pesquisa App Annie.
“Em termos da quantidade de dinheiro que as pessoas estão gastando, ele está acima do Pokémon Go”, disse Damian Thong, analista do Macquarie Group em Tóquio. “O nível de intensidade e envolvimento do Fate/Grand Order é muito mais alto.”
Quando a Sony informou seus últimos resultados trimestrais no mês passado, o diretor financeiro da empresa, Kenichiro Yoshida, deu destaque ao jogo em uma entrevista coletiva, afirmando que “ele continua contribuindo positivamente” para a divisão de música, sua base. O Fate/Grand Order ajudou a elevar o lucro operacional da Sony Music em 23 por cento, levando o total a 16,5 bilhões de ienes. A receita cresceu 8 por cento, para 150 bilhões de ienes. O sucesso do jogo é um sinal do quanto as unidades de jogo e entretenimento da Sony são importantes para o CEO Kazuo Hirai, em um momento em que a companhia está lutando contra margens estreitíssimas e com a concorrência em televisores, câmeras e outros aparelhos de hardware. A companhia pretende aumentar seu empenho em jogos móveis com mais títulos em mais mercados nos próximos meses.
O seriado original de televisão Fate e o jogo, mais recente, surgiram no estúdio Aniplex, da Sony, criado em 1995 para produzir programas de TV e filmes de animê. Atsuhiro Iwakami, 44, presidente do estúdio, disse que a ideia de se ramificar para os jogos nasceu há três anos, quando ele percebeu que a complexidade e o grande número de personagens do programa se prestavam bem à mecânica dos jogos móveis.
“Do ponto de vista do número de downloads, de usuários ou da receita, ele superou as nossas expectativas”, disse Iwakami, que preferiu não citar números específicos.
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